sábado, 31 de março de 2012

Confissão de Pecados: combata o pecado que te mata



“Sonda-me, ó Deus, vê o meu coração! Prova-me a mim e aos meus pensamentos! Vê se ando por maus caminhos e conduz-me à senda da eternidade!” Salmos 139.23,24

Dr. H. Bürki

O homem deita um olhar ao seu coração – do qual Deus está ausente – mas esse olhar só provoca um arrependimento superficial, resultante do amor-próprio ferido e de vãos esforços incapazes de levar à regeneração. Só um olhar de fé – lançado sobre o Filho de Deus crucificado por nossos pecados – nos leva a reconhecer o nosso pecado e nos conduz ao arrependimento. Porque é só a Sua ensanguentada cruz que nos leva a tomar consciência da santidade e do amor de Deus.
As acusações do diabo só nos dão um vago senso de derrota, de impureza, de confusão e de acabrunhamento. O Espírito Santo, pelo contrário, conduz-nos de modo perfeitamente claro a reconhecer o pecado – e age em nós regenerando-nos.
Como fazer bom uso da confissão? Calando-nos perante Deus, lendo atentamente a Bíblia Sagrada, sublinhando primeiro o que nos toca de mais perto, e, relendo essas passagens – em espírito de oração – tentar descobrir onde, quando e como o pecado se tem manifestado em nossa vida. Tomaremos assim consciência da obstinação das nossas tendências, dos nossos atos repreensíveis e da nossa mentalidade de pecadores. Então, antes de mais nada, deveremos confessar claramente a Deus os nossos pecados – e deveremos igualmente estar prontos a confessá-los perante algum crente espiritual que possa auxiliar-nos com a sua experiência. Fazendo assim, abrimos caminho à alegre convicção de que nossos pecados nos são perdoados pelo Senhor Jesus.  Tal exame de consciência, seguido da purificação, está sempre indicado quando o pecado se apossa de nós ou quando a vida espiritual enfraquece.

Analisemos alguns pecados que muitas vezes nos dominam sem que nos demos perfeita conta:

O ORGULHO manifesta-se quando se liga ao êxito, à situação social, às aparências, às aptidões inatas e às honrarias. Provém do desejo secreto de ser considerado, de reinar ou dominar, de chamar a atenção dos outros para si na conversação.

VONTADE PRÓPRIA: espírito insubmisso, querendo constantemente discutir e levantar objeções; maneira dura e sarcástica de se exprimir – tomada de posição limitada – avisos dominadores e tirânicos – ser antes de tudo sensível às lisonjas; pedantismo; movimentos de cólera ou de impaciência; viva susceptibilidade; espírito de vingança por qualquer censura ou contradição.

IMPUREZA: gosto pronunciado pelos prazeres sexuais; intimidade e tendências deslocadas para com pessoas do outro sexo; imaginação, pensamentos e atos impuros; imaginação suja; olhares cobiçosos; incapacidade de resistir às tentações quando se apresentam ocasiões favoráveis.

DESONESTIDADE: falsificar, torcer ou esconder a verdade; dissimular os seus próprios defeitos; procurar deixar de si uma impressão pouco conforme com a verdade; exagerar; falsa modéstia; hipocrisia; falsidade de motivações.

MEDO: temor físico ou carnal perante os outros; recuo tímido perante as censuras e os deveres; perante a cruz; temor de sofrer; medo paralisador perante as pessoas bem situadas; tendência para fugir dos compromissos; falsa reserva.

CIÚME OU INVEJA: inveja oculta; sentimentos desagradáveis à vista da prosperidade e dos êxitos de outrem; tendência para sublinhar os defeitos e não as boas qualidades dos outros; mentalidade sectária; coração fechado para com aqueles que não pertencem ao pequeno círculo dos íntimos; frieza e falta de amabilidade para com os que não partilham nossa opinião; mentalidade dos que – julgando tudo saberem – recusam o diálogo.

AMBIÇÃO: largueza de espírito quando se trata de realizar os nossos próprios desejos; estreiteza, quando isso diz respeito aos outros; retenção dos donativos que sente devia dar regularmente para a obra da evangelização; roubar o tempo, os bens e a honra de outrem.

INCREDULIDADE: desânimo em épocas de trabalho intenso ou em períodos de oposição; falta de paz interior, do descanso da fé e de confiança em Deus; tendência para a angústia e para as murmurações em tempos de aflição, de pobreza; dúvida, desconfiança e reticências perante o caminho de Deus e as vias da Sua palavra – a Bíblia Sagrada.

FROUXIDÃO ESPIRITUAL: indiferença, falta de vigor espiritual quanto à fé; egoísmo, complacência para consigo próprio; amor ao conforto;  falta de solidariedade; falta de amor e de cuidado pela salvação da humanidade; fé destituída de alegria; tagarelices estéreis e serviço infrutífero. É na obediência e na purificação diárias, na comunhão de cada dia com o Senhor Jesus, que se encontra o segredo da pureza do coração, da força espiritual e da vitória triunfante sobre o pecado.

“Se andarmos na luz, como Ele na luz está – estamos mutuamente em comunhão e o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado.” 1João 1.7
“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos purificar de toda a iniquidade.” 1João 1.9
“Confessai-vos uns aos outros, a fim de que sejais curados.” Tiago 5.16

Dr. H. Bürki

Transcrito de um folheto da Difusão de Tratados Cristãos (Suíça).

terça-feira, 27 de março de 2012

A comovente história de um soldado cristão durante a Guerra Civil americana


Uniforme típico de jovem tamborileiro da Guerra Civil americana

(Fato ocorrido durante a batalha de Gettysburg - Guerra Civil americana - em 01 de Julho de 1863. Título original: “Charles Coulson, the Cristian Drummer Boy”. Esta história foi publicada em 1893, por S.B. Shaw Plubishers, em New York).


Trabalhei como cirurgião do exército dos Estados Unidos durante a Guerra Civil. Após a batalha de Gettysburg, chegaram ao hospital vários soldados feridos, entre eles Charlie Coulson. Como ele era muito jovem para ser soldado, pois tinha 17 anos, alistou-se como tamborileiro (tocador de tambor). Ele chegou com ferimentos graves, sendo necessário amputar-lhe um braço e uma perna. Quando os meus assistentes foram aplicar-lhe clorofórmio para a cirurgia, ele recusou-se* e pediu para chamar-me e disse-me: “Doutor, quando eu tinha nove anos, dei meu coração a Jesus e desde então venho aprendendo a confiar Nele. Ele é a minha força, e me sustentará enquanto o senhor estiver amputando o meu braço e a minha perna.” Então lhe pedi para que tomasse um pouco de conhaque. Mais uma vez ele respondeu: “Doutor, quando eu tinha cinco anos, minha mãe se ajoelhou ao meu lado e pediu a Jesus para que eu nunca bebesse um gole de bebida alcoólica. Existe a possibilidade de eu morrer e ir à presença de Deus. O senhor quer que eu chegue lá com bafo de conhaque?”.

Naquela ocasião, eu detestava Jesus, mas admirei a lealdade daquele rapaz com o seu Salvador. Chamei o Capelão, que conhecia bem o moço, pois este frequentava as reuniões de orações. Disse o Capelão: "Charlie, estou muito penalizado de vê-lo assim." Charlie respondeu ao Capelão: “Ah, estou muito bem senhor. O doutor me ofereceu clorofórmio e conhaque, mas eu não aceitei, pois quero me apresentar ao meu Salvador em meu juízo perfeito”.

"Talvez você nunca morra," disse o Capelão. "Mas, se o Senhor o levar, você deseja que eu faça alguma coisa?“ "Capelão", respondeu o jovem, "escreva uma carta para minha mãe e lhe diga que tenho lido a Bíblia todos os dias, e que tenho orado sempre para que Jesus a abençoe.” “Estou pronto doutor. Prometo que não vou nem gemer, se o senhor não me der o clorofórmio”.

Garanti-lhe que não aplicaria a droga, mas, antes de pegar o bisturi, fui à saleta tomar um gole de conhaque Quando pequei a serra para cortar o osso, o rapaz colocou a ponta do travesseiro entre os dentes e sussurrou: “Ó Jesus, bendito sejas! Fica ao meu lado agora”.

O rapaz cumpriu o que prometera; não gemeu. Eu não dormi naquela noite, pensando no rapaz. Pouco depois da meia noite, levantei-me e fui ao hospital. Assim que cheguei, o enfermeiro disse-me: "Dezesseis soldados morreram." "E Charlie também?" Indaguei-lhe. "Não, dorme como um bebê. Por volta das nove horas, o Capelão leu trechos das Escrituras pra Charlie e ambos cantaram hinos de louvor. Não consigo entender, doutor, como uma pessoa sentindo tanta dor ainda era capaz de cantar", completou o enfermeiro.

Passado cinco dias, desde que fora operado, Charlie me chamou e disse: “É chegado a minha hora. Creio que não terei mais um dia de vida. Sei que é judeu, e não crê em Jesus, mas gostaria que ficasse ao meu lado e me visse morrer, confiando em meu Salvador”. Tentei ficar, mas não consegui, pois aquele rapaz regozijava no amor daquele Jesus que eu fora sempre ensinado a detestar. Passados vinte minutos, o enfermeiro procurou-me no consultório e disse-me: "Doutor, Charlie está morrendo e gostaria de vê-lo novamente." Chegando ao quarto, Charlie pediu-me que segurasse a sua mão e disse: “Doutor, amo o senhor porque é judeu. O melhor amigo que eu tive neste mundo foi um judeu”. Perguntei-lhe quem era este amigo e ele replicou: “Jesus. Quero apresentá-lo a Ele antes de morrer. Enquanto o senhor me amputava, orei a Jesus pedindo que manifestasse o seu amor ao senhor”.

Aquelas palavras tocaram fundo em meu coração. Doze minutos depois ele dormiu tranqüilo nos braços de Jesus. Durante a guerra, vi morrerem centenas de soldados, mas só compareci ao sepultamento de Charlie Coulson. As últimas palavras daquele rapaz me impressionaram muito. Eu possuía muitos bens materiais, mas teria dado todo meu dinheiro para crer em Cristo, como ele cria. Contudo, a fé é algo que o dinheiro não compra.

Pouco tempo depois, esqueci o sermão de Charlie, embora não conseguisse esquecer-me do próprio rapaz. Durante dez anos, lutei contra Cristo com todo ódio que tinha por Ele, até que afinal a oração de Charlie foi atendida. Um ano depois da minha conversão, fui a uma reunião de orações no Brooklyn, onde as pessoas davam seus testemunhos. Depois que várias pessoas falaram, levantou-se uma senhora idosa e disse: “Estou com os pulmões muito doentes e pouco tempo me resta”. “É um imenso prazer saber que muito em breve me encontrarei com o meu filho e com Jesus”. E ela continuou, “Ele foi ferido em uma batalha e ficou aos cuidados de um médico judeu que lhe amputou um braço e uma perna. Morreu cinco dias após a operação. O Capelão escreveu-me uma carta relatando o que ocorrera entre o meu filho e o médico em seus últimos momentos de vida”. Ao ouvi-la, não me contive. Levantei-me e fui correndo até ela. Apertei-lhe a mão e disse-lhe: "Deus a abençoe, minha irmã! A oração do seu filho já foi atendida. Sou o médico judeu por quem o Charlie orou, e o Salvador dele é agora o meu também. O amor de Jesus cativou minha alma!"
(EXTRAIDO)

*Admiramos a coragem e a convicção de Charlie, mas nem por isso queremos dizer que não se devem aproveitar os benefícios do clorofórmio e outros anestésicos em tais casos; antes damos graças a Deus por eles.

sexta-feira, 23 de março de 2012

MISSÕES: Congresso Juvep 2012 em João Pessoa - PB



O Congresso Juvep 2012 acontecerá de 04 a 07 de abril, na semana de páscoa, na cidade de João Pessoa, Paraíba. Ao todo serão mais de 50 momentos distintos na programação e mais de 20 preletores vindos de diversas partes do país.
Uma das novidades do evento deste ano é a realização de diversos seminários abordando os mais diferentes assuntos. Eles ocorrerão simultaneamente em várias igrejas da cidade, na sexta e no sábado, das 14h:35 às 17h:00, e a entrada é gratuita.
Já os cursos, este ano serão cinco. Possuem vagas limitadas e para participar de qualquer um deles é necessário fazer inscrição. Eles também serão realizados na parte da tarde e ocorrerão no Espaço Gospel e na Primeira Igreja Batista de João Pessoa.


Para maiores informações sobre os seminários e/ ou os cursos visite o site do congresso. www.juvep.com.br/congresso2012


Contamos com sua presença. Ore, divulgue e participe.
Em Cristo,
Equipe de divulgação.


RELAÇÃO DOS SEMINÁRIOS


Tema: A Igreja diante dos desafios de uma sociedade pornificada, sexualizada e cada vez mais anticristã.
Preletor: Rozangela Justino
Tema: A perseguição à Igreja na América Latina
Preletor: Tatiana Santos
Tema: A perseguição à Igreja na Coréia do Norte
Preletor: Tatiana Santos
Tema: As maravilhosas perspectivas da vocação missionária
Preletor: Thomaz Litz
Tema: Barreiras a evangelização da zona rural
Preletor: Beat Rossingger
Tema: Como preparar sua Igreja para uma visão missionária
Preletor: David Pina
Tema: Desafios atuais para a evangelização dos povos não alcançados
Preletor: Rosifran Macedo
Tema: Desafios e estratégias para a evangelização de pescadores
Preletor: Marcelo Caldas
Tema: Desafios missionários entre os indígenas no Brasil.
Preletor: Henrique Terena
Tema: Igreja local, instrumento de Deus para transformações da sociedade.
Preletor: Leandro Silva
Tema: Estratégicas para o seu desenvolvimento ministerial.
Preletor: Jorge Noda
Tema: O islamismo no mundo - desafios e ameaças
Preletor: Marcos Amado
Tema: O movimento atual de tradução da Bíblia
Preletor: José Carlos Alcântara
Tema: O papel da Igreja no combate às drogas
Preletor: Marciano Tribess
Tema: O papel do voluntariado em missões
Preletor: Ronald Cabral
Para detalhes sobre data, horário e local, visite o nosso site.


RELAÇÃO DOS CURSOS
Curso Batalha Espiritual
Preletor: Durvalina Barreto
R$ 40,00 (quarenta reais)
Curso Desenvolvimento Natural de Igreja (DNI)
Preletor: Walter Feckinghaus
R$20,00 (vinte reais)
Curso Evangelização de Ciganos
Preletor: Igor Shimura
R$ 20,00 (vinte reais)
Curso Evangelização Através dos Esportes
Preletor: Marcos Grava
R$ 10,00 (dez reais)
Curso Criacionismo Científico
Preletor: Adauto Lourenço
R$ 10,00 (dez reais)
Para detalhes sobre data, horário e local, visite o nosso site.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Como eu posso abençoar o meu pastor - John Piper



John Piper

Conduza alguém a Cristo. Viva uma vida santa. Não perca a sua fé quando você adquirir um câncer. Leve seu filhos a amar a Cristo. Faça algo radical para as Missões.
O ponto comum em tudo isto é você provar com a sua vida que a minha não foi em vão.
Não me dê um Rolls-Royce quando eu fizer 60 anos. Minha vida teria sido em vão se você pensasse que me abençoaria dando-me um grande presente material quando eu fizesse 60 anos. Eu quero ver que a sua vida mudou. Eu quero ver sua vida derramada em favor dos outros. E eu tenho certeza de que é isto que você está me perguntando.
Eu vou a reuniões de oração e ouço minhas ovelhas orarem e eu digo: "É para isto que eu vivo". Eles estão se segurando em Jesus. A vida deles está caindo aos pedaços por aqui, mas eles não abandonam o Senhor. Eles se alegram Nele. Ouço um homem contar como ele tem compartilhado a Cristo no seu trabalho...

São estas as coisas que fazem um pastor suportar qualquer coisa.

sábado, 17 de março de 2012

Ministério com Adolescentes




Pr. José Bernardo

O texto a seguir é minha resposta a um ministro de adolescentes que assumiu recentemente e solicitou uma orientação norteadora para seu ministério. Condensei muitos e complexos conceitos em uns poucos parágrafos. Trato da maior parte desses assuntos em meu livro Líder Adolescente [veja aqui], escrito para ajudar pastores, líderes e pais a compreender melhor os adolescentes e ajudá-los a viver uma vida cristã santa e produtiva.

1. Considero adolescência, em uma visão neurológica, a idade que vai dos 11 aos 17. Onze é uma idade média para o início da puberdade, as meninas podem entrar um pouco antes, os meninos um pouco depois. A puberdade marca o início das transformações cerebrais que definem a maior parte do que chamamos adolescência (poda e isolação dos cérebros motor e emocional) e também o início do desenvolvimento sexual. 17 anos é o final do ensino médio, o início de uma nova fase de escolhas e caminhos, oportunidades e responsabilidades. Também é a idade em que uma nova fase no desenvolvimento cerebral define a maior parte do que podemos chamar de juventude (início da poda e isolação do lobo frontal – progressiva predominância da racionalização).

a. Considero razoável dividir a adolescência em duas fases que chamo de adolescência recente e adolescência plena ou posterior. Na adolescência recente, dos onze até mais ou menos os catorze, o adolescente é predominantemente motor, físico: fala e visão já são bem rápidas, e a resposta física é mais intensa. Na adolescência plena o adolescente atinge maior amplitude emocional e as emoções primárias (raiva, euforia, medo, nojo) predominam inclusive sobre o físico, dando maior propósito e significado à atividade motora.

2. Um dos maiores desafios no ministério com adolescentes, especialmente os nascidos em famílias evangélicas, é a transição da fé afetiva para a fé racional. A fé afetiva é aquela que depende do ambiente dos relacionamentos. O carinho, as atenções, os contatos positivos e os modelos que a criança percebe podem vinculá-la à igreja. Essa experiência é positiva, suficientemente bíblica e funcional durante a infância. É um privilégio crescer integrado na comunidade da fé. Contudo, a partir do início da adolescência, com as mudanças neurológicas e no próprio ambiente do adolescente, a fé afetiva já não é suficiente. Eles precisam de uma fé racional. Os adolescentes que se convertem vindos de famílias de outras experiências religiosas, frequentemente o fazem a partir de questionamentos que eventualmente os levam diretamente à fé racional, já os filhos dos crentes precisam ser estimulados a desenvolver o caráter de sua fé. O desenvolvimento da fé racional deve acontecer em dois estágios:

a. Na adolescência recente, a fé racional deve se desenvolver através da argumentação. O domínio da fala permite e obriga o adolescente ao discurso e ao diálogo. Então, eles precisam desenvolver uma reserva de argumentos que lhes permita responder a quem questione sua fé. A experiência de responder com segurança, realimenta a fé argumentativa e se reflete interiormente, no discurso íntimo. Sem isso, a fé, apenas afetiva, começa a se diluir e o desvio começa a se configurar.
b. Na adolescência posterior, a fé racional é experiencial, aproveitando-se o enorme avanço da capacidade emocional do cérebro. Nessa fase, as experiências em ‘ouvir Deus falando’ através da meditação, a beleza achada na oração, o contato com o suprimento de Deus e com os resultados da missão cristã causam um impacto profundo e preservador na vida do adolescente.

3. Para efeito de pastoreio, especialmente em igrejas maiores, eu organizaria o ministério com adolescentes em três grupos, se possível (e acho que não é), sem o critério da idade, escolhendo os adolescentes de acordo com sua maturidade, interesses e necessidades. As necessidades que apresentarei a seguir, como principais, são genéricas, e podem ser mais ou menos intensas de pessoa para pessoa e de grupo para grupo.

a. Grumetes (11 a 12 anos por suposto): Sua principal necessidade é lidar com a própria adolescência, as transformações fisiológicas (ou o atraso delas) e o reflexo disso em sua percepção de si, no relacionamento familiar, na nova dinâmica de grupo.
b. Marinheiros (13 a 15 anos por suposto): Sua principal necessidade é disciplinar a sexualidade (namoro, masturbação, pornografia, sexo) e driblar o intenso apelo da mídia ao sexo e a coerção das novas políticas ditas de educação sexual.
c. Pilotos (16 a 17 anos por suposto): Sua principal necessidade é definir seus próximos passos na vida (vocação, vestibular etc.), ajudando-os a superar a pressão para a cisão com os adultos que podem ajudar no processo decisório.

Portanto, como norte, de modo geral, penso que a grande responsabilidade do ministro de adolescentes é garantir a passagem da fé afetiva para a fé racional, identificando as áreas de tensão com o mundo e provendo os adolescentes com argumentos que facilitem sua resposta, a experiência positiva em responder e o fortalecimento do discurso interno de fé. Nisso, dê atenção para ajudá-los a entender e se preparar para as modificações físicas e os impulsos sexuais. Considere também a necessidade de ajudar a alguns com a definição de sua identidade sexual (essa é uma das áreas sob maior pressão da política de desarticulação).
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*Aqui no blog Arsenal do Crente mantemos uma seção de links somente sobre 
 adolescentes, e ao ministério deles e entre eles.  Confira:

JOVENS e ADOLESCENTES

terça-feira, 13 de março de 2012

Um estranho em meu lar



Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu um estranho, recém-chegado à nossa pequena cidade.
Desde o princípio, meu pai ficou fascinado com este encantador personagem, e em seguida o convidou a viver com nossa família. O estranho aceitou e desde então tem estado conosco.
Enquanto eu crescia, nunca perguntei sobre seu lugar em minha família; na minha mente jovem já tinha um lugar muito especial. Meus pais eram instrutores complementares: minha mãe me ensinou o que era bom e o que era mau e meu pai me ensinou a obedecer.
Mas o estranho era nosso narrador. Mantinha-nos enfeitiçados por horas com aventuras, mistérios e comédias. Ele sempre tinha respostas para qualquer coisa que quiséssemos saber de política, história ou ciência. Conhecia tudo do passado, do presente e até podia predizer o futuro!
Levou minha família ao primeiro jogo de futebol. Fazia-me rir, e me fazia chorar. O estranho nunca parava de falar, mas o meu pai não se importava.
Às vezes, minha mãe se levantava cedo e calada, enquanto o resto de nós ficava escutando o que tinha que dizer, mas só ela ia à cozinha para ter paz e tranquilidade. (Agora me pergunto se ela teria rezado alguma vez, para que o estranho fosse embora).
Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções morais, mas o estranho nunca se sentia obrigado a honrá-las. As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não eram permitidos em nossa casa… Nem por parte nossa, nem de nossos amigos ou de qualquer um que nos visitasse. Entretanto, nosso visitante de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem inapropriada que às vezes queimava meus ouvidos e que fazia meu pai se retorcer e minha mãe se ruborizar.
Meu pai nunca nos deu permissão para tomar álcool. Mas o estranho nos animou a tentá-lo e a fazê-lo regularmente.
Fez com que o cigarro parecesse fresco e inofensivo, e que os charutos e os cachimbos fossem distinguidos.
Falava livremente (talvez demasiado) sobre sexo. Seus comentários eram às vezes evidentes, outras sugestivos, e geralmente vergonhosos.
Agora sei que meus conceitos sobre relações foram influenciados fortemente durante minha adolescência pelo estranho.
Repetidas vezes o criticaram, mas ele nunca fez caso aos valores de meus pais, mesmo assim, permaneceu em nosso lar.
Passaram-se mais de cinquenta anos desde que o estranho veio para nossa família. Desde então mudou muito; já não é tão fascinante como era ao principio.
Não obstante, se hoje você pudesse entrar na guarida de meus pais, ainda o encontraria sentado em seu canto, esperando que alguém quisesse escutar suas conversas ou dedicar seu tempo livre a fazer-lhe companhia...
Seu nome? Nós o chamamos Televisor... Agora tem uma esposa que se chama Computador e um filho que se chama Celular!

Nota: Pede-se que este artigo seja lido em cada lar.

*Infelizmente ignoramos o nome do autor.

domingo, 11 de março de 2012

Um livrete grátis para você: LIBERDADE PARA OS PÁSSAROS: 10 poemas contra o comércio e o encarceramento de pássaros


Reunindo 10 poemas de Antonio Costta, com edição e arte de Sammis Reachers, este breve opúsculo é uma pequena iniciativa para, através da poesia, estimular a reflexão, denunciando e combatendo o encarceramento de aves e também seu comércio ilegal. 


O encarceramento de aves é um dos poucosabsurdos ainda de alguma maneira ‘aceitos’ por nossa sociedade. Culturalmente acostumados, ou melhor, anestesiados, muitos deixam de perceber que isto é algo terrivelmente cruel e sistematicamente desrespeitoso para com os direitos dos animais. É já a hora de proclamarmos um grande basta!

Aprisionar asas: poderia haver um crime maior?

Os poemas e as imagens, bem como esta seleta inteira, se com fins não-comerciais, podem ser livremente republicados e divulgados, sem a necessidade de prévia autorização dos autores.

Compartilhe, imprima, disponibilize a partir de seu blog ou site, presenteie crianças e adultos, utilize em sua escola, distribua para sua lista de e-mails...

Para baixar o e-book, CLIQUE AQUI.
Para ler online no Scribd, CLIQUE AQUI.

Abaixo, dois poemas da obra:


PASSARINHO TRISTE

Pássaro triste, tardo no trinado,
Sequer sem repetir seu repertório,
Por que o teu silêncio de velório,
Nessa gaiola tua, em tom dourado?


Estarás triste ou hás de estar cansado
De tanto canto por ninguém ouvido?
Ou, por tentar o vôo, estás ferido
Das grades onde estás aprisionado?


Quem das aves calou a voz mais bela?
A saudade? Só pode ser por ela,
Que vem do ninho por detrás da serra...


Mas em teus olhos a esperança é certa:
Quando esquecerem a gaiola aberta,
Hás de voar de volta à tua terra!





O HOMEM E O PÁSSARO NA MESMA GAIOLA

Coitado do homem da grande cidade,
Trancado em casa, entre a grade e o portão;
Tal qual passarinho, sem liberdade,
Quase vivendo em igual condição!

Os dois na prisão, cantando saudade,
O homem trancado na sua mansão;
Um por causa da humana crueldade,
E o outro com medo do astuto ladrão!

Coitado do homem, não se dá por conta,
Que a liberdade ele mesmo afronta,
Ao manter o pássaro na prisão...

Na realidade ele está mais preso
Do que o passarinho que vive a esmo,
Sem nunca saber o motivo, a razão!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Projetos de Arquitetura em licença Creative Commons

Imagine que os arquitetos da antiga Roma haviam deixado seus projetos em uma rede de redes para que qualquer pessoa do mundo pudesse utilizá-los? Que Gaudí tivesse registrado as plantas de La Pedrera sem copyright? Quantas cidades teriam se reciclado e remixado o gênio dos grandes arquitetos da humanidade? Na era da sociedade em rede, a arquitetura aberta está se tornando uma realidade. A cultura de código aberto está ganhando terreno no até agora vertical e elitista mundo da construção. E cada vez mais se usam os estudos usando as licenças Creative Commons para suas obras.
O norte-americano Cameron Sinclair, criador do projeto Architecture for Humanity, é um dos grandes visionários da arquitetura aberta. Em entrevista à revista Wired, Cameron detalha assim seu sonho:“Nosso sonho é desenvolver um banco de dados de desenhos, classificados por localização, temas ambientais e arquitetos. Brincando, eu chamei de Open Source Architecture Network. Já estamos trabalhando com Creative Commons vendo como os projetos estão disponíveis gratuitamente em todo o mundo”. Um importante estudo que já está disponibilizando suas obras com a licença Creative Commons é o madrilenho Ecosistema Urbano. Seu Air Tree Commons, para a Expo Xangai de 2010, foi a primeira obra cujo todo o processo foi desenvolvido com o Creative Commons. O estudo holandês OBOM  é outra bandeira em arquitetura aberta.
Mas essa conspiração feliz de licenças abertas, transparência de processos e arquitetura não se limita a estudos cool. O mais interessante é que existem iniciativas mais horizontais e/ou descentralizadas. O projeto Wikihouse.cc tem um objetivo muito menos extravagante, mas infinitamente mais útil: recopila projetos de habitação, plantas, detalhes técnicos com licenças abertas. Qualquer pessoa pode eleger um modelo e lançar-se na autoconstrução, com toda a garantia técnica. Para frisar esta nova e emergente arquitetura aberta, nada melhor que concluir com o projeto PFC de Montera 34, que recopila trabalhos de fim de carreira. Quantas boas idéias são desperdiçadas em uma gaveta? Chegaremos algum dia, se perguntam dentro da Montera 34, a compartilhar os projetos “em aberto”, permitindo a difusão, reutilização e o remix com licenças abertas? Se você pensa sim, passeie pela hashtag do Twitter #pfccommons.
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Nota do Arsenal do Crente: Amados, imaginem um banco de projetos arquitetônicos apenas de Igrejas, seja de grandes, médias ou pequenas dimensões, em licenças abertas Creative Commons... Quantos cristãos não se beneficiariam disto, notadamente aqueles muitos sem recursos para contratar os serviços de arquitetos/engenheiros. Eis uma ideia para os profissionais cristãos, que pode abençoar a muitos! Se cada um oferecer um pouquinho, em breve estará construído um amplo banco de dados. 

sexta-feira, 2 de março de 2012

Ferramentas Indispensáveis ao Pastor



Por Kevin DeYoung (The Gospel Coalition)


Que ferramentas todo pastor deve possuir? Que habilidades ele precisa ter? Ou, perguntando com franqueza: o que um pastor tem de fazer razoavelmente para ser um bom pastor?

Observe o que não estou perguntando. Não estou perguntando sobre a teologia do pastor. Ou sobre a sua santidade pessoal. Ambas são essenciais e mais importantes do que algum dom específico. Todo pastor precisa cuidar bem de sua vida e de sua doutrina (1 Tm 4.16). Mas, o que um pastor tem de fazer? Esse é o assunto deste artigo.
Admitamos que ele está indo bem nas áreas de caráter e de convicção. Mas, o que se exige dele quanto à competência?
Em seguida, apresentamos uma lista que não é exaustiva. E, com certeza, não reivindicamos ser excelentes em cada área. Todavia, com base em minha experiência, um pastor de igreja local – estou pensando, em particular, no papel de pastor principal ou de pastor único – tem de ser competente em cinco áreas.

1. Um pastor tem de ser capaz de ensinar. Uma das cinco diferenças existentes nas qualificações de presbíteros e diáconos e a única habilidade na lista é que o presbítero seja “apto para ensinar” (1 Tm 3.2). Se o pastor é o único ou o pastor principal, ele labutará especialmente na pregação e no ensino (1 Tm 5.17). As igrejas suportarão várias deficiências, porém muitas igrejas ficarão impacientes com um pastor que não sabe ensinar.
É verdade que ensinar e pregar são habilidades que se desenvolvem com o passar do tempo. Por isso, talvez seja difícil determinar se um jovem é “apto para ensinar”. Contudo, antes de alguém entrar no ministério, ele deve ser capaz de comunicar a Palavra de Deus com alguma medida de confiança e clareza.
Algumas coisas que devemos examinar:
  • Ele gosta de ensinar? Se não gosta, não melhorará no ensino.
  • Ele pode se comunicar com as crianças? Seria um grande treinamento e um admirável campo de prova se os pastores trabalhassem como professores de alunos das primeiras séries, antes de entrar no ministério de tempo integral. Bons mestres sabem como tornar compreensíveis verdades profundas. Em contraste, se você torna confusas coisas simples, talvez não tenha o dom de ensino, ainda não.
  • Ele gosta de ler? Alguns pastores lêem bastante. Outros lerão devagar ou sem muita freqüência. Mas, se um pastor não gosta de ler (supondo que ele tem acesso a bons livros), ele dificilmente crescerá em profundidade e amplitude de discernimento. Se um pastor não tem fome por aprender, talvez não ajudará outros a aprender.
2. Um pastor tem de ser capaz de relacionar-se com as pessoas. Há muitas maneiras de um pastor conectar-se com seu povo. Ele pode fazer visitas aos enfermos, ou mentorear pessoas individualmente, ou liderar grupos pequenos, ou trabalhar para que haja mais envolvimento da equipe de colaboradores. Sempre haverá pessoas ao redor do ministério; e um bom pastor se esforçara para estar disponível a pelo menos algumas dessas pessoas.
Os relacionamentos assumem muitas formas. Você pode ser um pastor extrovertido e gregário ou um introvertido meditativo. Alguns de nós somos bons em bate-papo. Outros odeiam isso e preferem um convívio mais próximo e quieto com outra pessoa. Não estou dizendo que o ministério pastoral é somente para os sociáveis. Mas, se um homem não pode lidar cordial, gentil e amavelmente com as pessoas, ele deve pensar duas vezes em ser um pastor.
Uma boa pergunta a ser considerada: este homem faz amigos com facilidade? Eu hesitaria em chamar um pastor que luta para fazer e manter amigos.

3. Um pastor tem de ser capaz de liderar. Isso pode nos enganar. Ao usar o vocábulo “liderar” não quero dizer que todo pastor tem de ser um empreendedor ousado. Mas ele deve ter pessoas que o seguem. Tem de ser disposto a tomar uma posição, ser impopular às vezes. Precisa de coragem e da habilidade de tomar decisões desagradáveis. Se um homem tem necessidade de ser apreciado por todos, em todo o tempo, ele não está pronto para ser um pastor. Um pastor não deve ter medo de influenciar. E, se ele não é um visionário ousado, deve ser aquele tipo de líder que encoraja outros que têm dons de liderança mais destacados.

4. Um pastor tem de ser relativamente organizado ou cercar-se de pessoas que podem fazer isso por ele. Eu queria usar a palavra “administração” para referir-me a esse assunto, mas decidi não usá-la por receio de ser mal compreendido. Não creio que os pastores precisam ser gurus administrativos. De fato, penso que nenhum pastor entrou num seminário com o sonho de que poderia ser capaz de manter a igreja cumprindo sua função tranquilamente. Administração não é a essência do ministério; pelo menos, não deveria ser.
No entanto, não podemos evitar isto: um pastor tem de possuir alguma habilidade básica de organização. Ele não pode esquecer sempre os seus compromissos ou chegar atrasado em cada reunião de presbíteros. O pastor precisa retornar as chamadas telefônicas e entender como se realiza uma reunião. Na verdade, todos esquecemos coisas. Todos nós falhamos de vez em quando. Ser um pastor não exige onisciência ou onipotência, mas temos de ser responsáveis. Certo ou errado, talvez a sua igreja não perceba imediatamente que você parou de estar com as pessoas e que você não tem capacidade de liderar, mas a congregação perceberá logo que não pode depender de você.
Competência administrativa básica é exigida para o ministério pastoral. Se você não tem essa competência como pastor, ache pessoas que têm e permita que elas cuidem de você.

5. Um pastor tem de orar. Se essa ferramenta ficar corroída, ninguém saberá; pelo menos, não a princípio. É impossível sobreviver como pastor sem as outras quatro habilidades. Contudo, infelizmente, é fácil sobreviver e, até, prosperar no ministério sem essa ferramenta. O pastor que prospera sem oração não é o pastor sob cujo ministério quero estar, nem o pastor que desejo ser. Podemos realizar muito em nós mesmos, mas o que realmente importa exige oração, porque exige a presença de Deus. Um homem que não ora não deve pregar.
Como você mesmo pode testemunhar, essas cinco competências não são iguais em importância. As competências 1, 2 e 5 são essenciais e devem ser o foco do ministério. As competências 3 e 4 podem ser evitadas por algum tempo, mas não podem ser ignoradas. Em minha experiência, todas as cinco habilidades são necessárias ao ministério pastoral. Alguns pastores serão excelentes em várias dessas competências. Alguns serão muito bons em uma área ou muito bons em outras. Nenhum pastor será um modelo de todas essas cinco áreas. Se eu tivesse de avaliar um aluno de seminário que está prestes a entrar no ministério, ou se fosse membro de uma igreja que está à procura de um pastor, desejaria ver competência básica em cada uma dessas áreas.