terça-feira, 25 de abril de 2017

MULTIMÍDIA NA IGREJA - Entrevista com Ricardo Silva Lourenço

Para fornecer suporte de sonorização, computação e apresentação de imagens e vídeos nos cultos e eventos da igreja  e aperfeiçoar o processo de comunicação nas Igrejas surgiu a Área de Apoio Multimídia.

São várias as atribuições da Área (Ministério/Departamento) de Multimídia como: Fornecer suporte de som e multimídia para os cultos, reuniões e outros eventos da igreja; por meio da projeção de slides com as letras dos louvores, textos bíblicos, programações e eventos da igreja, avisos referente à outras áreas.  Produção, edição e transmissão de vídeos diversos. Capacitar os integrantes da área nas competências necessárias para o excelente uso e manutenção dos equipamentos de som, computação e multimídia; Motivar e agregar voluntários para o aprimoramento no uso de tecnologias de som e multimídia;  Zelando dos equipamentos de som, computação e multimídia da igreja e supervisionando seu uso adequado, prestando sempre relatório de suas atividades.  
Mas será que qualquer igreja deve fazer uso da Multimídia?
Num bate-papo com o Instituto Jetro, Ricardo Silva Lourenço, Graduado em Administração de Empresas pela Faculdade Arthur Thomas - FAAT e que atua desde 2010 na Igreja Presbiteriana Independente de Londrina como Operador de Áudio e Vídeo Sonoplastia, iluminação, filmagem, edição de áudio e vídeo responde alguns questionamentos sobre o tema. 


Instituto Jetro - A visão de que equipamentos de multimídia são caros e devem ser atualizados frequentemente tem dificultado a inclusão da área de apoio de multimídia nas igrejas? Esta é uma visão correta?  
Ricardo - Realmente os equipamentos de ponta são caros, mas eu acredito que toda igreja tem condição de criar uma Área de Apoio de Áudio e Vídeo. Só precisam de uma orientação correta da forma de como investir e se a igreja tiver uma boa condição financeira ou pessoas na igreja dispostas a investir nessa área, vale muito a pena já comprar um equipamento bom. Lembrando que nem sempre o equipamento mais caro é o ideal para sua realidade, por isso a importância de uma boa orientação, saber bem qual o propósito dessa área de apoio. Já vi Igrejas que começaram com um pequeno equipamento de som e gravação das mensagens em Cds  e que com a venda dos mesmos comprou mais equipamentos e passou a produzir DVDs, por exemplo.

Instituto Jetro - Você acredita que igrejas de qualquer tamanho podem explorar a multimídia como uma ferramenta de comunicação? 
Ricardo - Acredito sim, hoje na nossa igreja caminhamos bem próximos com a Área de Apoio de Comunicação, todos recados, avisos e programações da igreja são gravados em vídeos, editados e repassados nos cultos e nas nossas redes sociais, com isso essa mensagem tem uma maior abrangência ou alcance. Um bom equipamento ajuda, mas os jovens da nossa igreja, já fizeram vídeos muito bons, utilizando gravação pelo celular mesmo.


Instituto Jetro - Tem crescido o número de pessoas com experiência em computador, edição de vídeo e de áudio, mas ainda é difícil a captação de voluntários para área?

Ricardo - Acho que a maior dificuldade é a visão que as pessoas tem de ser uma função bem técnica, mas é uma área de apoio bem abrangente, com diversas funções, creio que cada um de nós temos que ter no nosso coração a visão ministerial, hoje eu sou funcionário contratado na minha igreja, mas acima disso tenho isso como meu ministério, e me sinto privilegiado por isso. A parte espiritual é bem importante, considero cada voluntário ou membro da área de apoio como um ministro na sua função, mesmo que seja mixando um PA, trocando a letra de uma música, mexendo em uma câmera, ou ajudando a enrolar cabos no final dos cultos.


Instituto Jetro - Poderia compartilhar algumas ideias que possam ajudar na formação de uma área de apoio multimídia nas igrejas? 
Ricardo - Acredito que devemos sempre buscar pessoas que já fazem parte da igreja, já frequentam as programações, já tem o coração na igreja. Aí depois vem a parte de capacitação, se não tiver alguém na igreja para ensinar, temos diversos cursos para capacitação (de maneira presencial ou pela Internet) que podem dar essa orientação inicial  e depois vem a prática da caminhada. 

Instituto Jetro -  Por que as Igrejas deveriam investir numa área de apoio Multimídia? 
Ricardo - Nos dias de hoje temos que buscar explorar cada vez mais recursos audiovisuais, o mundo tem feito isso, e temos que ser criativos, essa nova geração busca isso. Nossa igreja é bem grande e temos diversos cultos, desde um culto de domingo 8h no templo mais tradicional até um culto de jovens num sábado à noite, nesse culto de jovens utilizamos mais recursos audiovisuais. Em todos os cultos vemos o mover de Deus, mas as pessoas buscam já ir no culto de acordo como o perfil de cada um, é importante falarmos, que um bom som com iluminação não necessariamente é um "show", muitos tiveram essa visão quando colocamos iluminação nos cultos, mas temos o coração bem tranquilo em relação a isso, estamos buscando fazer o melhor com o que temos para Deus.

Instituto Jetro - Comentários finais sobre o assunto? 
Ricardo - Nós da área de apoio de Áudio e Vídeo somos um ministério de bastidores, normalmente somos os primeiros a chegar e os últimos a sair, quanto menos aparecemos melhor, significa que nosso trabalho está sendo bem feito. Nossa melhor recompensa? Vidas, vidas transformadas, tocadas, quando o grupo de louvor chega para ensaiar e encontra tudo pronto e organizado, ele já vai ter mais paz e segurança para a ministração, o pastor quando recebe o momento da palavra a igreja já envolvida na adoração, já com o coração aberto para receber a palavra, quando ele fala e percebe que está sendo escutado, sem ruídos, e a palavra entra no coração das pessoas, algumas já foram tocadas na adoração mesmo, com uma letra de um cântico projetada que tocou seu coração, o fruto disso são pessoas tocadas, mudanças de vidas, pessoas consoladas, quando nós como área de apoio executamos nossas funções, passamos segurança para nossos pastores e membros do louvor ministrarem a igreja. O principal é sempre termos bem claro em nossos corações, tudo que fazemos é para que o nome de Deus seja glorificado, e que estamos aqui para servir a Ele.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e o site http://www.institutojetro.com/ e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com

sábado, 15 de abril de 2017

Capelania Militar: A História dos Quatro Heróis Capelães




Na madrugada do dia 3 de fevereiro de 1943, às 00:55, o navio USAT Dorchester, viajando num comboio, foi torpedeado pelo submarino alemão U-223, no Atlântico Norte.

O torpedo destruiu o sistema elétrico, deixando às escuras o navio. O pânico gerou-se entre os homens a bordo, muitos deles ficaram presos por baixo do convés. Carregado de soldados norte-americanos que iam a caminho da frente de batalha na Europa, durante a II Guerra Mundial, o navio com rombos, metia muita água e começou a adornar para estibordo. Instalou-se o caos. A rádio estava avariada. Os soldados corriam dum lado para outro, em círculos, apavorados. Muitos foram para o convés, sem o colete salva-vidas. Barcos salva-vidas viraram-se, e as balsas afastaram-se, antes que alguém pudesse alcançá-las.

Mais tarde, alguns dos sobreviventes disseram que parecia haver apenas uma pequena ilha de ordem em toda aquela confusão: o convés do navio USAT Dorchester, a estibordo, onde estavam quatro Capelães.

George L. Fox (15 de março de 1900 - 3 de fevereiro de 1943), pastor metodista, Alexander D. Goode (10 de maio de 1911 - 3 de fevereiro de 1943), rabino judeu, John P. Washington (18 de julho de 1908 - 3 de fevereiro de 1943), padre Católico e o reverendo Clark V. Poling (7 de agosto de 1910 - 3 de fevereiro de 1943), da Igreja Reformada nos Estados Unidos da América, calmamente, distribuíam coletes e guiavam os homens aterrorizados para os barcos salva-vidas. Os capelães procuraram acalmar os homens e organizar uma evacuação ordenada do navio e também guiaram os homens feridos para a segurança. E iam distribuindo coletes de salvação.

Quando já não havia mais coletes de salvação, antes que todos os náufragos tivessem um, os quatro capelães despiram os seus e deram-nos a quem mais precisava deles. Um dos últimos homens a deixar o navio olhou para trás e viu-os de pé, firmes. Abraçados, seguravam-se no convés. No meio da ululação das ondas, as suas vozes ainda ressoavam ao orarem em latim, hebraico e inglês. Como disse um marinheiro: “Foi a coisa mais impressionante que jamais vi, ou espero ver.”

Um sobrevivente disse mais tarde ter ouvido o choro de centenas de homens implorando, orando e fazendo promessas. Os capelães diziam palavras de ânimo e de confiança. “A voz deles era a única coisa que me fazia prosseguir”, disse ele.

Eles ajudaram a tantos homens quanto podiam a metê-los nos botes salva-vidas, e com os braços entrelaçados, em seguida, orando e cantando hinos, afundaram-se com o navio.

“Enquanto eu nadava para longe do navio, eu olhei para trás. As chamas tinham iluminado tudo. A proa subiu ao alto e depois deslizou para baixo. A última coisa que eu vi, foram os quatro Capelães a orar pela segurança dos homens. Eles fizeram tudo o que podiam. Eu não voltei a vê-los novamente. Eles próprios não tinham possibilidade de salvação sem coletes salva-vidas.” — relato de Grady-Clark, sobrevivente.

Ao todo, dos 904 homens a bordo do navio, apenas 230 foram resgatados.

O que pôde manter os quatro Capelães calmos no meio daquele inferno? A paz com Deus. “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1 ARC, Pt) A palavra hebraica para paz é shalom, cujo radical quer dizer “estar completo.” Quando estamos em paz, estamos completos. Nenhuma ansiedade vai perturbar-nos. Nenhum temor destruirá a nossa alegria interior. Nenhuma preocupação extinguirá a nossa felicidade espiritual. Em qualquer circunstância, Deus oferece-nos o dom da Sua paz. “Uma pessoa em paz com Deus e com os seus semelhantes não pode ser uma pessoa infeliz. …O coração em harmonia com Deus eleva-se acima dos aborrecimentos e das provas desta vida.” – in “Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, pág. 488.” “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti.” (Is 26:3 ARC, Pt) Que dádiva! A paz de Deus pode ser nossa, hoje!


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Fontes Utilizadas:
Vários “Sítios” e enciclopédias na Internet e ainda algumas obras em papel.
Respigado daqui e dali.

Carlos António da Rocha

Este texto é de livre utilização, desde que a sua ortografia seja respeitada na íntegra porque já está escrito com o Português do Novo Acordo Ortográfico e que não seja nunca publicado nem utilizado para fins comerciais; seja utilizado exclusivamente para uso e desfruto pessoal.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Textos de Lutero: Permanecei no meu amor



Leia em sua Bíblia: João 15.5-11
Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor”. (v. 9)

O diabo não procura outra coisa senão destruir o amor entre os cristãos, promovendo bastante ódio e inveja. Ele tem nisso seu prazer e alegria. Pois ele sabe muito bem que a cristandade é edificada e sustentada pelo amor.
Por essa razão, Cristo nos admoesta ardentemente a que antes tudo permaneçamos no amor, e apresenta seu Pai e a si mesmo como modelo, como o mais nobre e mais perfeito exemplo. Meu Pai (ele está querendo dizer) me ama tanto assim, que dirige para mim todo o seu poder e força. De momento, ele permite que eu sofra, mas tudo que faço e padeço ele toma como se fosse feito a ele. E depois vai ressuscitar-me dentre os mortos, me fará Senhor sobre todas as coisas e glorificará sua majestade divina em mim. Assim (diz ele) eu amo vocês. Pois não os deixo em seus pecados e na morte, mas dou meu corpo e minha vida por vocês para que se livrem deles, e transfiro para vocês minha pureza, santidade, morte e ressurreição, bem como os demais méritos.
Por isso tenham também vocês o mesmo amor uns para com os outros. Mesmo que por minha causa vocês sejam duramente tentados e pressionados a se afastarem de mim, fiquem firmes. Deixem que meu amor seja mais forte, maior e mais poderoso do que o sofrimento ou a dor que vocês sentem.
Por isso, seguindo o exemplo de Cristo, devemos aprender a pôr em prática este mandamento, cada um amando o próximo dentro do seu respectivo estado (N. T.: os diferentes estados aos quais Lutero de refere são os de pai, mãe, filho, empregado, etc.).