sábado, 25 de janeiro de 2014

Perguntas e respostas sobre Missões


Perguntas que você sempre faz (ou ouve) sobre Missões, e algumas respostas

A primeira pergunta é talvez a mais comum. Seria algo como:Eu gostaria de saber por que devemos fazer missões em lugares distantes como África e Ásia, se nossa cidade ainda tem tanta gente precisando ouvir o Evangelho?

Resposta: Essa é uma pergunta com que sempre se depara, e uma dúvida de muitos irmãos. Primeiro precisamos avaliar o que é ‘ouvir o Evangelho’. Será que podemos comparar alguém que nunca ouviu sequer o nome, a palavra, ‘JESUS’, com aqueles que estão (por exemplo) aqui nas cidades do Brasil, onde a mensagem está na TV, no Rádio, está na igreja da esquina, naquele parente que é evangélico, enfim, somos um país cristão, embora de maioria ainda católica, mas ainda assim a Bíblia está ao alcance de praticamente todos - salvo dos povos indígenas e alguns sertanejos, ribeirinhos e outros grupos isolados.
Oswald Smith, um pastor canadense que foi um dos maiores incentivadores de Missões do século passado, disse algo muito justo, que é o seguinte: “Antes de alguém ouvir o Evangelho duas vezes, que todos o ouçam pelo menos uma vez!”
Você concorda com essa afirmação? Será que alguém deveria ouvir o Evangelho duas, três, trezentas vezes, enquanto há aqueles que nunca ouviram sequer uma vez? Que sequer tiveram uma chance? Uma chance como você e eu tivemos, como a grande maioria em nosso país já teve e ainda tem?  Será que não devemos dividir isso, repartir um pouco esse bolo e dar uma chance, pelo menos UMA chance, a quem nunca teve?
O missionário William Borden, que trabalhou na China, faz uma pergunta que deve ser respondida por cada um de nós: “Se dez homens estão carregando um tronco, sendo nove deles no lado mais leve, e somente um segurando o lado mais pesado, e você deseja realmente ajudar, que lado você escolheria levantar?”
E aqui chegamos ao ponto principal da grande ordem de Jesus, a que chamamos de A Grande Comissão. Creio que todos sabem o que é a Grande Comissão. Alguns não sabem? Uma dica: foi a última ordem dada por Jesus, antes de ele ascender aos céus. A última e maior ordem. Ela encontra-se no livro de Mateus 28.19,20: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Devemos pregar o Evangelho a cada povo, língua e nação. Se estacionarmos aqui na nossa cidade, no nosso povo, na nossa língua portuguesa, estaremos refreando a obra de Cristo, estaremos desobedecendo-a, aniquilando a Grande Comissão.
Se voltarmos lá em Mateus 24.14, leremos: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”
Analisando o que Jesus disse, chega-se à conclusão de que a volta de Cristo é uma volta condicional. Ou seja, ela depende do cumprimento de uma certa condição. E esta condição é que o Evangelho chegue a todos os povos da terra. Sim, a cada um deles! Como podemos então encher esta cidade de congregações, se há cidades maiores do que esta sem uma única igreja evangélica, e pior, sem um único cristão em todo o seu território?
Como disse o missionário brasileiro Jairo de Oliveira: “Seria pedir demais, requerer que uma igreja local desenvolva uma consciência e uma ação global? A Igreja foi estabelecida para corresponder aos desafios mundiais e deve ser caracterizada por sua visão de mundo. De outra forma, ela perde sua identidade e nega a sua natureza como agência do Reino de Deus para as nações.”
Agora, para fechar nossa reflexão, voltemos à Bíblia, ao lema do apóstolo Paulo, que está lá em Romanos 15.20: “Sempre fiz questão de pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre alicerce de outro.” Este deve ser o nosso lema.


Segunda pergunta: Hoje em dia, com a televisão, o telefone celular, a internet e todos os outros meios de comunicação, existem lugares onde o Evangelho ainda não chegou?

Resposta: Queridos, essa também é uma dúvida muito comum daqueles que não estão bem informados sobre a situação da obra missionária, e do próprio mundo em si. Bem, vamos começar pelo nosso Brasil: segundo o missionário e missiólogo brasileiro Ronaldo Lidório, há, no Brasil, 257 tribos indígenas conhecidas pelo homem branco. Destas, temos 105 tribos sem nenhuma presença do evangelho. Nenhuma, irmãos! E além disso, é certo que existem ainda diversas tribos desconhecidas, com as quais os homens brancos ainda não travaram contato direto. Essas tribos falam línguas específicas, línguas para as quais a Bíblia não está traduzida. Eles não possuem energia elétrica ou celulares, e mesmo que possuíssem, não falam nossa língua: como ouvirão, se não há quem vá até eles?
Temos ainda, em toda a região amazônica, mais de 4.000 comunidades ribeirinhas ainda não alcançadas pelo Evangelho! Eles também não possuem energia elétrica ou sinal de celular, e a imensa maioria sequer sabe ler, por falta de escolas próximas, já que essas pessoas vivem isoladas à beira dos rios, e sua locomoção depende de barcos, em viagens que duram dias de um ponto a outro. Como ouvirão, se não formos até eles? A TV e a internet não podem alcançá-los.
Continuemos ainda no nosso querido Brasil, agora vamos à outra região menos evangelizada de nosso país, o sertão nordestino. Estima-se em 10.000 o número de vilas e povoados sem presença evangélica. Enquanto a média nacional de evangélicos é de 27% da população, a média do sertão nordestino é de 4%! Somente 4%, e em muitos lugarejos a média está abaixo de 2% da população! Irmãos, para que vocês tenham uma ideia, essa média de 2% é a média de cristãos em muitos países muçulmanos!

Mas agora deixemos nosso país e vamos analisar a situação de nosso planeta.
Especialistas e missiólogos estimam que existam 11.284 povos, ou grupos etno-linguísticos, na face da terra. Dentre estes, calcula-se atualmente em 6.590 o número de povos não alcançados. Embora muitos destes povos não alcançados sejam pequenos, eles representam mais da metade dos povos da Terra!
Mas o que são povos não alcançados? “Um grupo de pessoas é considerado não alcançado, quando não há nenhuma comunidade nativa de cristãos capazes de envolver este grupo de pessoas com plantação de igrejas. Tecnicamente falando, a porcentagem de cristãos evangélicos nesse grupo de pessoas é quase sempre inferior a 2% da população.” Ou seja, mesmo que em alguns desses povos haja cristãos nativos, eles são tão poucos, tão incapacitados, que o Evangelho não pode avançar, e muitas vezes sequer manter-se, sem o apoio externo. E esse apoio deve partir de mim e de vocês, irmãos.
Agora me deixem apresentar-lhes outro conceito utilizado no estudo de Missões. Já sabemos o que são povos não alcançados. Conheceremos agora os povos não engajados.
Povos não alcançados são considerados também não engajados, quando não existe uma estratégia de plantação de igrejas, de acordo com a fé e a prática evangélica, em andamento. Quando não há nenhum movimento conhecido, por parte de igrejas e missões estrangeiras ou nacionais, para alcançar este povo, seja de que maneira for. De certa forma, poderíamos chamá-los não de povos não alcançados, mas de povos abandonados, povos esquecidos.
Pois bem: dentre os 6.590 povos não alcançados, calcula-se que existam 2.960 povos não engajados. Povos sobre os quais Igreja de Cristo sequer começou a trabalhar, ou mesmo a orar especificamente sobre eles. Povos que precisam ser adotados em oração e em ações, e vocês podem ser as pessoas que irão adotá-los.
Agora vocês entendem o tamanho da tarefa que nos cabe concluir?

Voltemos agora para a questão dos meios de comunicação como rádio, TV e internet. Em muitos países do terceiro mundo não há internet disponível na maioria de suas regiões. E quando há, sabemos que governos de países autoritários, como os comunistas ou islâmicos, controlam rádios, TVs e a internet, bloqueando o acesso a sites de conteúdo cristão. Além disso, esses países proíbem todo tipo de proselitismo (evangelismo), e proíbem também a produção, venda ou sequer a posse de qualquer literatura cristã, seja Bíblia, livros ou folhetos. E então? Como ouvirão se o Evangelho está impedido de entrar? Para alcançar tais povos, é necessário um trabalho lento, muitas vezes por parte de missionários fazedores de tenda, que é como são chamados os missionários que entram nos países como profissionais, sejam médicos, engenheiros, jogadores de futebol etc. Vale lembrar ainda que tais países gastam muito em sistemas de vigilância e espionagem, e mantém rígido controle sobre o povo.

Então queridos, ainda falta muito para ser alcançado, e alguns desses povos são de alcance (humanamente) muito lento e muito difícil. Mas não impossível! Todas as orações, todos os recursos, todas as vidas que pudermos empenhar para a obra são necessárias para concluirmos a grande tarefa que por nós espera.

Terceira pergunta: Eu gostaria de fazer Missões, e dedicar minha vida a levar o Evangelho até os que ainda não o ouviram. Mas minha família é contra, e uma amiga diz que se eu fizer isso vou desperdiçar a minha vida... Será que vale a pena dedicar a vida à obra missionária?

Resposta: Comecemos com o que disse Paul Fleming: “Se pudéssemos chegar mais perto do coração de Jesus e sentir e perceber o motivo pelo qual Ele deu a Sua vida; se fôssemos dirigidos por Seu amor, daríamos todo nosso tempo à procura das coisas que tem valor real e eterno, as almas dos homens.”
Percebe? Nada no Universo tem mais valor do que aquilo que Deus diz que tem mais valor: ou seja, as almas dos homens! Devemos nos apossar desta verdade, marcá-la em nossos corações.
Lembram-se do que disse David Livingstone, o famoso missionário desbravador da África? É uma frase muito conhecida, e profundamente verdadeira: “Deus tinha um único filho, e fez dele um missionário.”
Em face disso, que pode ser mais honroso, mais valioso do que seguir os passos de Jesus? Como você poderia desperdiçar a sua vida, imitando Aquele que é o criador da Vida? O evangelista Bill Bright, fundador da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo, disse certa vez que “Não existe chamado mais alto ou privilégio algum maior, conhecido para o homem, do que envolver-se em completar a Grande Comissão.”
O pastor John Piper também diz algo para você: “A vida desperdiçada é a vida sem uma paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas para a alegria de todos os povos."
E por fim, nossa irmã Kathe Walter disse: “Só isto traz sentido à vida na terra: tornar-se algo para a glória de Deus e iluminar o caminho de outros com a luz vinda de fontes eternas."
Por isso, como arrependermo-nos por ter dedicado nossa humilde vida à obra de repartir a luz de Cristo com todos aqueles que têm fome e sede, fome e sede de justiça, de paz e de salvação?


Quarta pergunta: Nossa igreja é muito pequena, possui poucos membros... e ainda por cima, pagamos aluguel para ocuparmos este imóvel. Como poderíamos contribuir financeiramente para Missões?

Resposta: Para responder a essa pergunta, faço minhas as palavras do famoso pastor norte-americano Rick Warren: "A saúde de uma igreja é medida pela sua capacidade de enviar missionários e não pela capacidade de lotação dos bancos que possui."
O pastor brasileiro Edson Queiróz, autor do excelente livro A Igreja Local e Missões, ensina: “Coloque Missões em primeiro lugar e Deus dará as coisas necessárias.” Inclusive eu recomendo a todos a leitura desse livro, que ensina como as igrejas locais, por menores que sejam, podem fazer a obra missionária.
Já dizia também o pastor José Alves dos Santos: “Não existe igreja pobre que não possa fazer missões. Existe igreja pobre, por não fazer missões.”
A verdade é que o evangélico brasileiro gasta muito mais com Coca-Cola do que com Missões. Isso não é vergonhoso?
Irmãos, se olharmos para nossas fraquezas, para as dificuldades, nunca trabalharemos. Ou como diz em Eclesiastes 11.4, “Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará.”
O grande missionário Hudson Taylor, que levou o Evangelho à China, país onde viveu por mais de cinquenta anos, disse certa vez: “Não são os grandes homens que transformam o mundo, mas sim os fracos e pequenos nas mãos de um grande Deus.
Quem pode dizer amém?


Quinta pergunta: Eu gostaria de saber se as pessoas precisam de um chamado especial para pregar o Evangelho, ou para tornarem-se missionários?

Resposta: Queridos, certa vez alguém orou: “Deus, tem misericórdia dos perdidos.” E o nosso Deus misericordioso respondeu a essa pessoa, e sabe qual foi a resposta? “Eu já tive misericórdia; agora é você que precisa ter.”
Um grande escritor evangélico, Leonard Ravenhill, disse certa vez: “Será que um marinheiro ficaria parado se ouvisse o clamor de um naufrago? Será que um médico permaneceria sentado comodamente, deixando seus pacientes morrerem? Será que um bombeiro, ao saber que alguém está perecendo no fogo, ficaria parado e não prestaria socorro? E você, conseguiria ficar à vontade em Sião vendo o mundo ao seu redor ser condenado?”.
Entenderam? Qualquer um pode e deve lançar-se ao encontro dos que morrem sem Cristo! Todos somos bombeiros, bombeiros vivendo em meio a um grande incêndio. Quanto aos talentos, Deus trabalha em cima dos talentos de cada um, e acrescenta os talentos necessários, muitas vezes não antes, mas durante o processo,durante a ação. É preciso dar o primeiro passo, irmãos. Queridos, todos somos evangelistas. E todos podemos nos tornar missionários.
Logicamente, para evangelizar pessoas de outras culturas e línguas, é necessário uma preparação adequada, através de cursos e estudos diversos, para que o obreiro não passe vergonha e principalmente,  acabe involuntariamente prejudicando a causa do Evangelho. Mas cada um de nós pode aprender o necessário para ir aos campos transculturais. Pois o chamado é para todos, embora Deus possa usar cada qual de maneiras as mais diversas.
O missionário Jairo de Oliveira diz que “Todos aqueles que receberam uma nova vida, um novo Espírito, uma nova natureza, um novo coração, um novo destino, uma nova morada, também receberam a ordem de pregar o Evangelho ao mundo.”
Sobre este tema, ouça o que o fundador da Missão AMME Evangelizar, pastor José Bernardo, diz: “A igreja se acostumou a ouvir que ou você ora, ou contribui, ou evangeliza, mas nós sabemos que não é possível que a colheita seja feita com crentes que escolhem apenas uma dessas coisas, com gente que se dedica pela metade, que se santifica em parte. Todos devemos estar dispostos a nos envolver integralmente, entregando nosso tempo, recursos e talentos para a glória de Deus.”

Por fim, ouça o que disse John Wesley, o pai das Igrejas Metodistas e promotor de um grande avivamento no século XVIII: “Vocês não têm nada a fazer, senão salvar almas. Portanto, gastem tempo e sejam gastos nessa obra. Devem ir sempre não apenas ao encontro dos que precisam de vocês, mas principalmente daqueles que mais necessitam de vocês.”
Como diz Wesley, salvar almas é tudo o que temos para fazer, irmãos. Tudo o mais, nossos sonhos, nossos trabalhos, nossa vida completa, tudo deve girar em torno e em direção à: ganhar almas!


Sexta pergunta: Missões não é o mesmo que Evangelização? Elas não se referem à mesma coisa?

Resposta: Muitas pessoas, e inclusive alguns autores, gostam de acreditar que sim. Mas separar bem esses dois conceitos é muito importante para que possamos compreender a real importância de Missões, a real importância de alcançarmos os verdadeiramente não alcançados.
Veja, o famoso missiólogo e missionário Ralph Winter, um dos mais importantes estudiosos e incentivadores de Missões do século XX, explicou essa diferença de maneira bem simples: “Evangelismo é uma igreja crescendo onde ela está. Missões é uma igreja crescendo onde ela não está.”
Evangelismo, Evangelização, é falar do Evangelho em qualquer lugar, ao seus parentes, vizinhos etc. Missões é romper barreiras para levar o Evangelho, barreiras culturais, geográficas, linguísticas, sociais. E para romper tais barreiras, e evangelizar em outras culturas, faz-se necessário um preparo, uma capacitação, um investimento e uma dedicação muito maiores do que necessitamos ao evangelizar em nossa própria região e cultura.

Sammis Reachers 

*Este texto (aqui adaptado) foi originalmente escrito para a peça teatral ‘Respostas Missionárias’, presente no e-book gratuitoTeatro Missionário - Peçasteatrais e jograis sobre Missões e Evangelização para igrejas evangélicas (que organizei em colaboração com Vilma Pires).

domingo, 19 de janeiro de 2014

Uma Retrospectiva Editorial/Ministerial de 2013


Em inícios de 2013 tomei a iniciativa de escrever uma ‘retrospectiva’ de meu trabalho editorial/ministerial decorrido durante o ano de 2012.  Foi algo interessante tanto para mim, que sou tão ativo e esquecido, sempre pensando no próximo trabalho sem olhar muito para trás, e foi positivo também para os leitores, que puderam acompanhar o que foi feito, e conferir se deixaram passar alguma coisa, algum livro etc.
Pois eis que, com algum atraso, volto à carga e realizo aqui a retrospectiva do ano de 2013 (e deste comecinho de 2014).

Iniciei o ano criando aplicativos. Isso mesmo, foram três em sequência: o MissioBlogs, um aplicativo gratuito que reúne os conteúdos de 10 blogs evangélicos diferentes, todos eles blogs voltados para Missões.O app Veredas Missionárias, que além de reunir os conteúdos dos blogs Veredas, Arsenal do Crente e Equattoria, traz ainda o conteúdo da página Veredas no Facebook, meu perfil no Twitter, além dos links das bibliotecas virtuais que mantemos. E criei ainda o DecaBlog Gospel, um aplicativo também baseado na leitura de Feeds como o MissioBlogs, e que traz o conteúdo reunido de 10 blogs que mantenho, ou onde colaboro.

Entre os meses de março e abril veio à luz o terceiro volume da Antologia Poética Águas Vivas (que até aqui tem mantido uma periodicidade bianual), apresentando desta vez a obra de oito poetas: os brasileiros Francisco Carlos MachadoGeorge GonsalvesHeloísa ZachelloJohn Lennon da SilvaJulia LemosSilvino Netto e Sol Andreazza, e o lusitano Manuel Adriano Rodrigues.

Logo em seguida (maio), publiquei meu primeiro livro impresso (também disponível como e-book gratuito), DEUS AMANHECER.

Em agosto, mais um presente editorial para os amantes de Missões e para toda a igreja: o segundo volume daAntologia de Poesia Missionária (o primeiro saiu em 2010), reunindo poemas de nossos autores clássicos como Myrtes Mathias e Mário Barreto França, ao lado de novos valores, e ainda uma vasta seleta de frases e citações sobre Missões e Evangelização, como apêndice ao livro.

Em outubro veio a lume a Antologia Teatro Missionário, trabalho (muito árduo! rsrsrs) feito a quatro mãos com minha amiga Vilma Pires, onde atuamos como antologistas e também autores.

Em dezembro, mais por Missões: saímo-nos com a Revista Passatempos Missionários, reunindo cruzadas, caça palavras, quizzes e muito mais.

E agora em inícios de janeiro (embora organizada também em dezembro) publicamos a Revista Humorejo – Humor Gráfico Evangélico. Uma compilação inédita reunindo a arte humorística de 17 artistas cristãos, em charges, caricaturas e histórias em quadrinhos.

Também neste início de janeiro ficou pronta a segunda edição revista e ampliada de meu livro Poemas da Guerra de Inverno, cuja primeira edição veio a lume em 2012. Agora em versão impressa, com novos poemas, publicado pelo Clube de Autores.

Nos blogs, o trabalho continuou firme, com constância e qualidade, principalmente nos blogs principais: o Arsenal do Crente, com muitos recursos gratuitos e de utilidade para o cristão, para download gratuito; o Poesia Evangélica, sempre buscando dar voz a autores inéditos, para promover e incentivar a poesia evangélica, sem esquecer do resgate histórico; e o Veredas Missionárias e Equattoria, com a divulgação missionária, estudos, recursos para download e muito mais.
O trabalho continuou firme também nos blogs colaborativos, como o Imagens Cristãs, o Cidadania Evangélica (agora com nova colaboradora, Sara de Paula), o Confeitaria Cristã, o Liricoletivo e o literário Mar Ocidental. E também, claro,  no blog e redes da União de Blogueiros Evangélicos.
Embora eu precise admitir que no ano que findou diminuí o ritmo em alguns blogs (salvo nos já citados principais), em virtude mesmo de ter focado mais pesadamente nos trabalhos editoriais, que exigem-me sempre muito tempo e atenção (e neurônios operando à toda carga rsrs).

As Bibliotecas Virtuais Letras Santas (4Shared) e Veredas(Scribd) seguiram sendo supridas de bastante conteúdo, e no Scribd novas pequenas pastas foram criadas, comoTeatro Evangélico e Imagens Cristãs.


Bem, se você tem sido servido, auxiliado ou tem apenas se agradado do trabalho feito até aqui, continue orando por mim, para que o Senhor sempre supra minhas necessidades em todos os campos, e me dê criatividade, capacidades e perseverança para continuar militando. Minha vida tem sido mais difícil do que deixo transparecer, e olha que meus poemas tristes dizem muito de mim rsrsrs. Mas somos soldados e há uma guerra em andamento, que requisita o que cada um de nós tem de melhor. Avancemos, pois, em direção à consumação de todas as coisas, no seio de Cristo Jesus.

Sammis Reachers

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

SUBINDO PARA MISSÕES, de José Bernardo - Um livro gratuito sobre vocação missionária


SUBINDO PARA MISSÕES (Pr. José Bernardo) - Se você sente o chamado de Deus para missões, esse livro vai ajudar você a avaliar seu chamado e lhe dará algumas diretrizes para os próximos passos nessa vocação.

O autor, fundador e presidente da AMME Evangelizar, levará você do térreo ao topo das características que um missionário deve ter, partindo da história de Neemias, capítulo por capítulo. Prepare-se para uma grande viagem. Inicialmente esse livro somente será distribuído no formato digital e o download é gratuito.

Para fazer o download, CLIQUE AQUI.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Charges e histórias em quadrinhos evangélicas em revista - Baixe grátis HUMOREJO


     Eis que no arraial dos crentes se faz ouvir um rumor sutil, um suave rumorejo de humor e graça, que vem crescendo, encantando e divertindo a todos em seu caminho. E isso através de uma galera muito talentosa que põe seu talento para servir – com a sutil arma do humor – a causa de Cristo.

    E para mostrar um pouco do trabalho dessa galera, surge a revista (gratuita!) Humorejo. Mas Humorejo é uma revista, um livro, um fanzine?  Antes de tudo, Humorejo é uma seleção do que se produz de melhor no humor gráfico cristão tupiniquim. Mas não apenas uma seleção de humor evangélico, mas de humor feito por evangélicos – pois a temática aqui, embora fundamentalmente ‘eclesiástica’, é livre. São charges, cartuns, caricaturas e histórias em quadrinhos, que apresentam todo o talento e a versatilidade de nossos artistas. Uma revista humilde e gratuita que vem a lume com o objetivo de mapear e apresentar aos leitores o fabuloso trabalho desses irmãos, dos mais variados traços e de diversas gerações.

    O humor é fundamentalmente crítico, e talvez, com seu caráter ‘inocente’ e seu franco poder de subversão, seja a melhor forma de crítica e de denúncia. E os artistas cristãos não se furtam a fazer humor com o que há de mazelas no meio cristão/evangélico brasileiro, mazelas que, como sabemos, infelizmente são muitas.

A revista traz ainda uma homenagem ao mestre Renato Canini (1936 – 2013), um dos pioneiros do humor gráfico cristão e muito conhecido por ter dado seu traço (e muito mais brasilidade e personalidade) ao personagem da Disney, Zé Carioca. E ainda a seção Rir É Pensar, uma seleção de frases e reflexões de grandes autores sobre o tema do humor e correlatos.

São 17 os artistas presentes: Daniel Cardial (Gospel Tiras), Dão, Diego Barreto (Caio, o Pardal Pensativo), Ewerton Leandro (E-L Toons),  Fabico (Reforma Desenhada), Fabio Torres, Fabrício Falco (Coisa de Crente e Humorgreja), Flamir, Izidro (Karapuça), Jasiel Botelho, Lobinho (Eu Sou Mais Crente Que Você), Luciano Ramos (Mermão), Mario Teixeira, Murilo Pruner (MassaToon), Renato Canini, Rubinho Pirola e Thunder (Cartoon Gospel).

Baixe a revista, leia e compartilhe com seus irmãos e contatos!

Para ler a revista online ou baixá-la pelo site Scribd,CLIQUE AQUI.
Para baixar pelo site 4Shared, CLIQUE AQUI.

Caso não consiga realizar o download, por favor, solicite-me o envio por e-mail: sammisreachers@ig.com.br

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

CUIDANDO DOS NOSSOS LÍDERES - Entrevista com Esly Regina de Carvalho



Com um e-book intitulado "Cuidemos de nossos líderes", Esly Carvalho traz a tona algumas dificuldades, mitos e verdades quanto à vida da liderança cristã.
Será que as ovelhas percebem a pressão e o peso que exercem sobre seus líderes ao exigir a perfeição destes? Será que pastores e líderes percebem que a falta de transparência quanto à suas dificuldades alimentam o mito de "ser perfeito"?
Para falar sobre o assunto, o Instituto Jetro entrevistou a psicóloga cristã Esly Carvalho. 
Esly Regina Souza de Carvalho, MSc, LPC, Mestre em Psicologia, candidata doutoral em psicologia clínica, Trainer of Trainers de EMDR pelo EMDR Institute dos Estados Unidos; presidente da EMDR Treinamento e Consultoria Ltda., a organização que oferece o treinamento básico com exclusividade no Brasil; presidente da EMDR Ibero-América; aprovada como Trainer, Educator, Practitioner (TEP) pelo American Board of Examiners in Psychodrama, Sociometry and Group Psychotherapy (com distinção); Fellow da American Society of Group Psychotherapy and Psychodrama (ASGPP); membro honorário e fundadora da Asociación de Psicodrama y Sociometría del Ecuador (APSE); treinadora de Brainspotting no Brasil; presidente da Praça do Encontro; autora de vários livros. Para conhecer mais sobre a entrevistada acesse: www.pracadoencontro.com.br  e www.emdrbrasil.com.br 
Esly Regina Souza de Carvalho

Instituto Jetro - Em sua opinião, pensando na Igreja como um "hospital" das almas, ela tem sido apenas um hospital para curar as ovelhas, esquecendo que líderes também precisam de cura?

Esly- Os nossos líderes cristãos requerem mais dos nossos cuidados espirituais. Em geral, a nossa tendência é de pensar que os nossos guias são "intocáveis" e meio  "primos-irmãos" da perfeição. Por alguma razão pensamos que eles já alcançaram uma certa maturidade cristã e que estão "vacinados" contra o pecado, a queda moral ou coisas deste tipo. Consideramos que eles são muito "maduros" no Senhor e por isso, já não se encontram expostos às tentações com as quais nós, os "mortais" nos deparamos.Devemos lembrar-nos de que o inimigo tem muita fúria na tentativa de fazer cair os nossos líderes, porque se eles caem, as ovelhas se dispersam. Então a questão não é o que fazer se um líder cair (porque eles caem), mas o que fazer por eles quando têm essas quedas. Em minha opinião, as ovelhas também são culpadas dessa crise de transparência da liderança, já que esperam um modelo perfeito e impossível, ignoram como lidar com os erros humanos dos seus líderes, com isso, impõem uma carga parecida a uma maldição,algo que Deus jamais teve a intenção que tivessem.


Instituto Jetro - Então, você acredita que a crise de transparência da liderança, deve-se mais às expectativas das ovelhas de um modelo perfeito e impossível, do que da falta de humildade dos pastores de admitir seus erros e dificuldades?

ESLY - Das duas. É importante que os líderes, inclusive mulheres, integrem um pequeno grupo no qual possam viver em transparência. Uma das grandes tentações da liderança é pensar que podemos dar conta das coisas sozinhos. "Não podemos". Deus nos criou com a necessidade de comunhão e intimidade emocional com outras pessoas. Os homens devem fazer parte de um grupo de homens, e as mulheres, de um grupo de mulheres, nos quais podem abrir seus corações com transparência e confidência, sabendo que todos estamos sujeitos a tentações. Se sei que tenho de contar ao meu grupo o que estou enfrentando, isso me ajudará a frear na hora da tentação.  Isso exige muita maturidade e uma mudança em como as pessoas nas igrejas veem os seus líderes. Eu posso muito bem imaginar de onde vem a mentira de que a vida do líder tem de ser perfeita. Tem de ter filhos perfeitos, esposas perfeitas, sempre falar de forma perfeita, com sabedoria ...

Por que nos tornamos líderes, deixamos de pecar? Não precisamos mais da confissão e do perdão? Claro que precisamos! Então, sejamos transparentes e verdadeiros, honestos. Nem tudo o que acontece precisa vir a público. Mas deve existir um grupo de duas a três pessoas ao meu redor, às quais tenho de prestar contas e viver em transparência - pessoas que podem orar por mim e me sustentar (e eu em relação a elas) para que não caiamos em tentação.
Instiuto Jetro - Como pode um cristão e líder enfrentar a tentação? 

ESLY- Os bancos de nossas igrejas estão cheios de pessoas que sofrem. Muitas  fazem em silêncio porque têm medo de falar de suas feridas e ser rejeitadas. Outras pensam que serão acusadas de "pecado oculto" se explicarem as dificuldades por que passam. Outras receberam a instrução de orar mais, ler mais a Bíblia e confiar mais em Deus, e, como o seu problema não foi resolvido, pensam que assim é a vida do cristão: ele tem de "carregar a sua cruz". Algumas querem ser santas "à força", impondo uma santidade exterior, o que gera o mal do legalismo. Outras pensam que a santidade não é tão importante, que Deus as entende, sabe que são pecadoras e perdoa-lhes tudo; assim se desculpam pelos seus pecados. Nenhum desses extremos é recomendável.

Uma das principais razões pelas quais as pessoas não levam uma vida mais santa é porque não receberam cura emocional para as feridas do seu coração. Parece que a igreja aceita a saúde espiritual - a salvação pela graça de nosso Senhor Jesus Cristo; também aceita a saúde física - por meio do médico ou pela cura divina; mas pouco se ouve falar da saúde da alma, do coração - a saúde emocional no contexto da santidade.

A falta de saúde do coração é um dos maiores obstáculos para o crescimento espiritual e a santidade do cristão. Quando Paulo disse que o que queria fazer não fazia e o que não queria fazer acabava fazendo, fez uma descrição perfeita do que vejo todos os dias em meu consultório. Informação não é suficiente. Se fosse, os sermões já teriam curado todo o nosso povo, porque excelentes informações são compartilhadas em muitas pregações. Mas a informação intelectual muda muito pouco a conduta. Não toca a parte do nosso cérebro responsável pela mudança de comportamento. E pouco toca nosso coração. Por isso sabemos de excelentes pregações e também de cristãos que continuam lutando com seus problemas emocionais. 

Instituto Jetro - Muitos líderes vêm de lares disfuncionais. A maioria das pessoas que abraçam profissões de ajuda (médicos, psicólogos, assistentes sociais, pastores) saíram de lares com problemas de alcoolismo, adultério, violência, divórcio, etc. Tendemos a repetir os modelos antigos. Como lidar com a expectativa de terem "família e filhos perfeitos"? 

ESLY - Muitas pessoas afetam nossas vidas mais por condutas pecaminosas do que por condutas de amor e cura - talvez porque elas também tenham sido tratadas mais com pecado do que com santidade. Não é sem razão que a Bíblia nos diz que Deus visita os pecados dos pais nos filhos até à terceira e quarta gerações (Nm 14.18). Alguém que trabalha com aconselhamento logo descobre que as pessoas repetem o modelo de família o qual foram criadas. Se tiveram modelos bons e saudáveis, é isso o que aprenderão. Se foram criadas em uma família em que os padrões resultaram de pecado, então isso é o que absorverão: alcoolismo, violência, promiscuidade, infidelidade, adultério, ira, ansiedade, medo, depressão, legalismo, e por aí vai.


Todos repetimos o que aprendemos por atos e palavras (especialmente pelos exemplos). A boa notícia é que podemos romper com esses padrões. Não somos obrigados a viver e repetir fatalmente o que aprendemos. Mas, para isso, temos de investir vontade e esforço. Só pensar que não vamos repetir modelos não evita a repetição, já que a nossa conduta é muito mais que o fruto dos nossos pensamentos. Temos de buscar a cura para poder alcançá-la. Deus pode romper modelos passados, mas nós também temos de aprender novas maneiras, saudáveis e curadoras, de lidar com os nossos filhos.

Por um lado, às vezes não soubemos mesmo fazer o melhor. Tivemos modelos inadequados e, quem sabe, nos dedicamos tanto ao ministério que ignoramos as necessidades emocionais da família. Somente quando nossos filhos se desviam percebemos nosso pecado de omissão. Outras vezes, quem sabe, somos muito duros e legalistas, exigindo que nossos filhos se "encaixem" em nosso modelo imaginário. Esquecemos que eles são como todos os outros filhos: têm as mesmas necessidades físicas, emocionais e espirituais.


Por outro lado, às vezes fazemos o melhor que podemos e, ainda assim, nossos filhos não são esse "modelo perfeito". É que Deus lhes deu o livre-arbítrio. Eles pecam por vontade própria. Apesar de tudo que ensinamos, do tempo que gastamos com eles em oração por seu bem-estar e proteção, às vezes eles escolhem outro caminho. Nosso coração se rompe em dor por suas decisões pecaminosas. Sofremos com as consequências do pecado nas suas vidas e às vezes na vida dos seus filhos, nossos netos.

Não há pais perfeitos. Devemos enfrentar as situações em que os nossos líderes estão lutando com filhos imperfeitos com a mesma graça que Deus nos oferece.

Instituto Jetro - Quais seus conselhos de cuidado para nossos pastores e líderes?
ESLY - Os pastores e líderes devem evitar o esgotamento, eis algumas sugestões: 1. Inove sua vida devocional: escreva suas orações em vez de fazê-las em voz alta. Saia para caminhar e ore em voz alta enquanto caminha à sós, procure um companheiro de oração com quem possa compartilhar abertamente. 2. Reserve tempo para estar à sós. 3. Durma bastante e pratique atividade física. 4. Descanse e relaxe. Sem culpa. 5. "Preste contas" a outras pessoas. Peça a Deus que coloque em sua vida pessoas de confiança com quem possa compartilhar as cargas que o afligem, suas tentações e seus sonhos. 6. Pense de formas não usuais. Busque soluções criativas. Busque soluções, e não problemas. 7. Semanalmente, faça algo que nada tenha a ver com seu ministério. 


E ainda, proteja seu chamado. De tempos em tempos, volte ao chamado original. Pergunte-se: "estou fazendo aquilo que Deus me chamou para fazer?" "Estou me tornando cada vez mais parecido a Jesus?" "Qual é o fruto das minhas mãos?" A Bíblia diz que seremos conhecidos pelo nosso fruto, não pela nossa atividade ou por uma agenda cheia. Quando eu terminar a minha carreira, o que vou deixar para as outras gerações? Estou investindo em levantar uma geração que
vai continuar a obra do Senhor?

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